segunda-feira, 30 de março de 2009

A Tríade Do Aprender

RESUMO

A educação que outrora foi privilégio de poucos, se tornou com o passar do tempo, acessível a todos ou quase todos. Esta acessibilidade é resultado de lutas, dos muitos pensadores, questionadores e visionários que estavam à frente de seu tempo, pois entendiam que a educação não era simplesmente um privilégio, mas um direito. Hoje existe a necessidade de se criar leis que obriguem as pessoas a irem à escola. Muitas vezes vão para as aulas, sem ter a mínima vontade de aprender, estes (as) não aprendem de forma consciente. Existem ainda aquelas que querem e até acham que estão aprendendo.

2 ATITUDE DE QUERER APRENDER

“Eu quero aprender”, quantos entram em uma instituição de ensino, desejando realmente Isto? Criou-se uma atmosfera de obrigatoriedade em relação à Escola, justificativas como ; porque todos vão, você tem que ir , tem que saber disto , daquilo , se não estudar não vai ter um bom emprego, não vai ser ninguém na vida ,etc.

Acreditamos que aqueles que ignoram tais ameaças , vislumbram a verdadeira essência da educação ,descobrem que podem e decidem fazer a diferença no meio em que vive , e através disto constróem um olhar crítico e tornam-se grandes questionadores e criadores das marchas.

Questionam o sistema ,o governo, a sociedade, as estruturas, a educação, a saúde, a segurança, etc. Estes são os transformadores conceituais de seu tempo, e tudo porque decidiram aprender a aprender, não que a verdadeira aprendizagem nos tranforme em rebeldes sem causa, pois que causa foge aos olhares críticos de quem verdadeiramente aprende.

Temos a tendência de nos cobrar demasiadamente, a ponto de achar que ao sairmos das estruras educacionais, temos a obrigação de saber tudo .

Se este for o nosso pensamento, infelizmente teremos que recomeçar a nossa caminha escolar, pois não conseguimos perceber a essência da educação, e conseqüentemente nunca seremos um diferencial em nosso meio,um questionador transformador.

Na educação não obtemos a espada , mas sim o segredo do fogo para forja-la, não desviamos ou anulamos correntes d’agua, mas a transformamos em energia, é na Escola que adquirimos a “Lupa” que nos ajudará a fazer a famosa leitura do mundo , tão defendida e incentivada pelo saudoso educador Paulo Freire.

Para entendermos a verdadeira aprendizagem, teremos que tomar a atitude, de querer aprender a aprender , não por imposição ou obrigação social, mas sim, “porque eu quero”!

3 DESENVOLVER O APRENDER

Como já dissemos anteriormente , quando decidimos aprender a aprender, entendemos que a importância não está somente nos peixes, mas também na forma de pescá-los. Qual a melhor vara, a isca certa, que lua é a mais indicada, qual o clima mais propício, em que condição a pescaria terá mais êxito, barco ou margem, enfim, são informações que contribuem para uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.

Talvez possamos nos perguntar, tudo isto é necessário? Pode até não ser , mas esta é a visão de quem aprende a aprender e desenvolve a aprendizagem, não que se esforçem para isto , pois é com naturalidade que necessitam e procuram tais informações.

O diferencial não está no modo de como vêem , mas sim na forma, pois quem desenvolve a aprendizagem através do querer aprender a aprender, busca mais profundidade e com isto adquiri uma forma diferenciada e tridimensional de ver o mundo, ou seja, observam além do plano ,intrigados com o que tem por trás do que se vê.

Entendemos que aprender não é um evento, mas sim um processo, um processo infinito e progressivo , pois quanto mais aprendemos , mais sentimos a necessidade de aprender , pois através da aprendizagem adquirida ,descobrimos que ainda há muito mais à aprender .

4 COMPREENDER O QUE APRENDEU

O Desenvolvimento da aprendizagem nos impulsiona ao seguinte degrau, pois de que adianta sabermos qual a vara, a isca, a lua, o clima, o barco, enfim várias informações e não discernir suas conexões e finalidades, sem a compreesão deste desenvolvimento, jamais teremos uma pescaria prazerosa, segura e produtiva.

A compreensão das informações e conteúdos agregados durante nossa caminhada escolar é que irão direcionar a nossa “Lupa” para a leitura do mundo.

Certa vez , assistindo a um dos primeiros episódios de “Lost”, um dos sobreviventes estava tranquilíssimo e após o acidente disse aos outros que logo viria o resgate , pois eles (o Governo), localizavam a placa de um carro via satélite, quanto mais um avião.Um outro sobrevivente esclareceu, que somente localizavam o veículo através do satélite , porque sabiam em que área procurar, diferentemente do avião, que estava totalmente fora da rota!

Gostaríamos de usar este exemplo e fazer uma analogia com o nosso assunto, se não compreendemos o que aprendemos, estaremos tão sem ação quanto a equipe de resgate , pois temos o satélite, a tecnologia e os técnicos, porém faltam dados importantes que nos impedem de progredir, de ir além.

Como docentes temos o dever de disponibilizar dispositivos e ferramentas que auxiliem aos discentes progredirem na compreensão de sua aprendizagem, este é o desafio de quem almeja e atreve-se a ser um educador. No art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: [...] III - zelar pela aprendizagem dos alunos; (Inciso III art. 13, LDB). Primar pela aprendizagem do ensino é, antes de tudo, um compromisso profissional e papel social do educador.

5 CONCLUSÃO

Revendo os nossos conceitos subjetivamente construídos em nossa discência, temos a oportunidade de reconstruir o saber, não por orgulho, pois o orgulho não constrói, mas sim pelo desejo de colocar nas mãos de cada discente uma “Lupa”, que ampliará sua visão, porém com a “Lupa”, verão que a atual docência, necessita de uma reforma pedagógica, mas não é este o objetivo da Pedagogia do aprender a aprender, produzir reformadores?

Nenhum docente responsável repreenderá quem deseja aprender a aprender, pois o verdadeiro papel do Educador é intermediar a relação da potencialidade cognitiva do educando com o mundo de possibilidades a sua volta, através da Tríade do Aprender.

6 REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília. Art. 13, Inciso III.

wEIDUSCHAT. Iris.Agenda da Disciplina de Didática e Avaliação.Indaial:ASSELVI,2007.

Edevânio Francisconi Arceno
Prof. Marcos Neotti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura/História (HID 0771) – Didática e Avaliação
29/01/08

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Retrospectiva 2008



Nesta semana teremos uma breve retrospectivas dos momento mais marcantes de 2008

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terça-feira, 17 de março de 2009

Dia do Circo...


















O CIRCO SEM LONA

Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5.000 anos, em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. A acrobacia era uma forma de treinamento para os guerreiros, de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força. Com o tempo, a essas qualidades se somou a graça, a beleza e a harmonia.

Em 108 a.C., houve uma grande festa em homenagem a visitantes estrangeiros, que foram brindados com apresentações acrobáticas surpreendentes. A partir daí, o imperador decidiu que todos os anos seriam realizados espetáculos do gênero durante o Festival da Primeira Lua. Até hoje, os aldeãos praticam malabarismo com espigas de milho e brincam de saltar e equilibrar imensos vasos nos pés.

Nas pirâmides do Egito, existem pinturas de malabaristas. Nos grandes desfiles militares dos faraós se exibiam animais ferozes das terras conquistadas, caracterizando os primeiros domadores.

Na Índia, os números de contorção e saltos fazem parte dos milenares espetáculos sagrados, junto com danças, música e canto.

Na Grécia, as paradas de mão, o equilíbrio mão a mão, os números de força e o contorcionismo eram modalidades olímpicas. Os sátiros faziam o povo rir, dando continuidade à linhagem dos palhaços...

No ano 70 a.C., em Pompéia, havia um anfiteatro destinado a exibições de habilidades incomuns.

O Circo Máximo de Roma apareceu pouco depois, mas foi destruído em um incêndio. Em 40 a.C., no mesmo local, foi construído o Coliseu, onde cabiam 87 mil espectadores. Lá, eram apresentadas excentricidades como homens louros nórdicos, animais exóticos, engolidores de fogo e gladiadores, entre outros. Porém, entre 54 e 68 d.C., as arenas passaram a ser ocupadas por espetáculos sangrentos, com a perseguição aos cristãos, que eram atirados às feras, diminuindo o interesse pelas artes circenses.

Os artistas passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. Durante séculos, em feiras populares, barracas exibiram fenômenos, habilidades incomuns, truques mágicos e malabarismo.

No século XVIII, vários grupos de saltimbancos percorriam a Europa, especialmente a Inglaterra, França e Espanha. Eram freqüentes as exibições de destreza a cavalo, combates simulados e provas de equitação.

O CIRCO COMO ELE É

O primeiro circo europeu moderno, o Astley's Amphitheatre, foi inaugurado em Londres por volta de 1770, por Philip Astley, um oficial inglês da Cavalaria Britânica. O circo de Astley tinha um picadeiro com uma espécie de arquibancada perto. Ele construiu um anfiteatro suntuoso e fixo, pois ficaria permanentemente no mesmo lugar. Organizou um espetáculo eqüestre, com rigor e estrutura militares, mas percebeu que, para segurar o público, teria que reunir outras atrações; juntou, então, saltimbancos, equilibristas, saltadores e palhaço. O palhaço do batalhão era um soldado do campo, que acaba sendo o "clown", palavra que, em inglês, se origina de caipira. O palhaço não sabia montar, entrava no picadeiro montado ao contrário, caía do cavalo, subia de um lado, caía do outro, passava por baixo do cavalo. Como fazia muito sucesso, começaram a se desenvolver novas situações. Ao longo dos anos, Astley acrescentou saltos acrobáticos, dança com laços e malabarismo.

Este primeiro circo funcionava como um quartel: os uniformes, o rufar dos tambores e as vozes de comando para a execução dos números de risco. O próprio Astley dirigia e apresentava o espetáculo, criando assim, a figura do mestre de cerimônias.

Seu espetáculo foi visto por gente de todo o mundo, pois Londres era uma cidade muito visitada. E, em 50 anos, houve um rápido desenvolvimento do circo no mundo.

O termo "circus" foi utilizado pela primeira vez em 1782, quando o rival de Astley, Charles Hughes, abriu as portas do Royal Circus. Em princípios do século XIX, havia circos permanentes em algumas das grandes cidades européias. Existiam, além disso, circos ambulantes, que se deslocavam de cidade em cidade, em carretas cobertas.

O CIRCO NORTE-AMERICANO

John Bill Ricketts, inglês e aluno de Hughes, levou o circo para os Estados Unidos, em 1792, em turnê pelo nordeste americano. Seu circo foi destruído em um incêndio, o que o fez retornar para a Inglaterra, aonde não chegou, pois o navio em que viajava afundou em uma tempestade.

William Cameron Coup foi o primeiro a fazer um espetáculo circense de grandes dimensões, para uma platéia de mais de mil pessoas, em 1869, com espetáculo em dois picadeiros simultaneamente. Dois anos depois, associou-se a Phineas T. Barnum, um famoso apresentador, e abriram um grande circo em Nova York. A propaganda dizia que era “o maior espetáculo da Terra”.

Em 1881, Barnum juntou-se a James Anthony Bailey, fazendo surgir um circo ainda maior, o Barnum and Bailey, com três picadeiros simultâneos.

Em 1884, surgiu a poderosa dinastia circense dos irmãos Ringling, que absorveram, entre outras, a companhia de Barnum e Bailey, e se tornaram a maior organização itinerante do mundo. No entanto, depois da II Guerra Mundial, os custos de montagem e transporte tornaram inviável o traslado de semelhante estrutura.

O CIRCO NO BRASIL

No Brasil, mesmo antes do circo de Astley, já havia os ciganos que vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o circo. Entre suas especialidades, incluíam-se a doma de ursos, o ilusionismo e as exibições com cavalos. Há relatos de que eles usavam tendas e nas festas sacras havia bagunça, bebedeira e exibições artísticas, incluindo teatro de bonecos. Eles viajavam de cidade em cidade e adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam sucesso na cidade eram tirados do programa.

O circo com suas características, em geral itinerante, existe no Brasil a partir dos fins do século XIX. Os grupos circences desembarcavam em um porto importante, faziam seu espetáculo e partiam para outras cidades, descendo pelo litoral até o Rio da Prata, até chegar a Buenos Aires.

Instalando-se na periferia das grandes cidades e voltado para as classes populares, sua modernização não se deu em termos de espaço e equipamentos: investe no elemento humano, suas destrezas, habilidades e criatividade. Por isso, os palhaços são as figuras centrais e deles depende o sucesso do espetáculo.

O circo brasileiro tropicalizou algumas atrações. O palhaço brasileiro falava muito, ao contrário do europeu, que era mais mímico. Era mais conquistador e malandro, seresteiro, tocador de violão, com um humor picante. O público também apresentava características diferentes: os europeus iam ao circo a fim de apreciar a arte; no Brasil, os números perigosos eram as atrações: trapézio, animais selvagens e ferozes.

Segundo Alice Viveiros de Castro, existem atualmente mais de 2.000 circos espalhados pelo Brasil, sendo aproximadamente 80 médios e grandes, com trapézio de vôos, animais e grande elenco. Estima-se um público anual de 25 milhões de espectadores.

Entre os problemas enfrentados nos dias de hoje, estão o alto preço cobrado pelo aluguel dos terrenos e a proibição da instalação de circos em algumas cidades. Por vezes, as autoridades locais temem os “forasteiros”.

SURGE UM NOVO CIRCO

Atualmente, paralelamente aos circos itinerantes e tradicionais que ainda existem, a arte circense também é aprendida em escolas. Por uma mudança de valores, muitos circenses colocaram seus filhos para estudar e fazer um curso universitário. As novas gerações estão trabalhando com mais empenho na administração dos circos.

Surge um novo movimento, que pode ser chamado de Circo Contemporâneo. Não há uma data precisa do seu surgimento, mas pode-se dizer que o movimento começou no final dos anos 70, em vários países simultaneamente.

Na Austrália, com o Circus Oz (1978), e na Inglaterra, com os artistas de rua fazendo palhaços, truques com fogo, andando em pernas de pau e com suas mágicas.

Na França, a primeira escola de circo é a Escola Nacional de Circo Annie Fratellini. Annie era descendente da maior família de palhaços franceses, os Fratellini. A escola surge com o apoio do governo francês, em 1979. Ligados à escola ou não, começam a surgir vários grupos.

No Canadá, os ginastas começaram a dar aulas para alguns artistas performáticos e a fazer programas especiais para a televisão e em ginásios, em que os saltos acrobáticos eram mais circenses. Em 1981, criou-se a primeira escola de circo para atender à demanda dos artistas performáticos.

Em 1982, surge em Québec o Club des Talons Hauts, grupo de artistas em pernas de pau, malabaristas e pirofagistas. É esse grupo que, em 1984, realiza o primeiro espetáculo do Cirque du Soleil. Em decorrência do grande sucesso no Canadá, eles recebem apoio do governo para a primeira turnê nos Estados Unidos. A segunda turnê, em 1990, é assistida por 1.300.000 espectadores no Canadá e excursiona por 19 cidades americanas.

Surge a grande empresa de espetáculos que atualmente está em cartaz, com oito espetáculos diferentes, no mundo - em três continentes - com mais de 700 artistas contratados.

Voltando um pouco na história, é importante mencionar a influência da ex-União Soviética. Em 1921, o novo governo soviético resolve criar uma escola de circo e convida o prestigiado diretor de teatro Vsevolod Meyherhold para dirigi-la.

O contato entre os tradicionais do circo e a vanguarda do teatro resulta na criação de uma escola que coloca o circo num patamar de arte. Dança clássica e teatro fazem parte do currículo. É criada uma forma de espetáculo com temas vairados e uma apresentação inteiramente nova. São criados novos aparelhos, diretores são chamados para dirigir os espetáculos, músicos fazem composições especiais e sob medida.

O CIRCO CONTEMPORÂNEO BRASILEIRO

A primeira escola que se instalou no Brasil chamava-se Piolin, em São Paulo, no estádio do Pacaembu (1977). Em 1982, surgiu a Escola Nacional de Circo, no Rio de Janeiro, onde jovens de todas as classes sociais têm acesso às técnicas circenses. Formados, os ex-alunos vão trabalhar nos circos brasileiros ou no exterior, ou formam grupos que se apresentam em teatros, ginásios e praças.

Atualmente, a Intrépida Trupe, os Acrobáticos Fratelli, os Parlapatões, Patifes e Paspalhões, a Nau de Ícaros, o Circo Mínimo, o La Mínima, o Circo Escola Picadeiro, a Linhas Aéreas e o Teatro de Anônimo, entre outros, formam o Circo Contemporâneo Brasileiro.

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